No Kwanza Sul: Bloco Democrático repudia agressões físicas e verbais de que foi vítima o seu secretário local por agentes da Polícia Nacional

Numa nota de repúdio enviada à nossa redação, explica que o facto ocorreu na Gabela, município do Porto Amboim, na passada quarta feira [19.04], por voltas das 16h, quando a Corporação da Polícia Nacional entrando em acção na tentativa de impor o Estado de Emergência que vigora no país desde o dia 27 de Maio do corrente ano. A nota, avança que os agentes em serviços, estalavam-se em todos em pontos da Vila, para impedir a circulação da população, não importando o uso da máscara protectora. Ou seja, qualquer cidadão que passasse naquelas circunscrições, seria barbaramente reprimido.

“Qualquer um que passasse naquelas imediações, independentemente qual seja o destino, corria-se com ele, batiam sem dó em crianças, jovens, adultos e até os dementes”, lê-se na nota.

E, foi precisamente nesses momentos de violência policial, o também professor, apercebendo-se do pânico gerado, dirigiu-se à varanda do seu apartamento, para ver o que se passava, tendo sido surpreendido por 2 agentes da polícia, 2 bombeiros e 1 militar das FAA, que subiram até ao 2° andar e invadiram o domicílio, alegando que o cidadão em referência estaria a captar imagens do "sururu" que assistia, acrescenta a nota.

Surpreendido, António Correia, questiona aos agentes em serviço , os reais motivos que estariam na base da invasão da sua residência. Os agentes, terão respondido apenas: “vais saber quando estiveres de baixo do prédio".

"E tão logo cheguei de baixo do prédio começaram a me agredir com porretes e frases pesadas do tipo, 'albino de merda, pensas que és superior a nós por teres a cor diferente?”.

A nota avança ainda que, António Correia, actual secretário daquela parcela do território, foi posto no carro da Polícia e 15 minutos depois, foi posto em Liberdade por “Ordens Superiores”, após terem verificado não existirem as alegadas imagens no telemóvel.

O Bloco Democrático,  repudia veementemente a violência de que foi vítima o seu dirigente provincial, ante os olhares atentos e serenos dos Srs. Administrador Adjunto daGabela, João Armando Bordal da Silva, Chefe do SIC, conhecido por João-zinho, e Chefe das Operações, Tony Ana.

Este comportamento atentatório das regras de conduta num Estado democrático, que respeita direitos de quem pensa diferente, configura um acto claro de abuso de poder e intimidação de dirigentes políticos, encapotada numa suposta tentativa de evitar a transmissão comunitária da COVID-19.

O estatuto de um dirigente político permite estar atento às acções das entidades públicas sobre os cidadãos, o que pode requerer a recolha de dados escritos ou fotográficos, refere a nota. Pelo que, ainda que o político do BD estivesse a captar imagens, não se justifica a brutalidade contra si investida pelas forças de defesa e segurança, cuja disporcionalidade na reacção denuncia que estavam a incorrer em práticas indecorosas e atentatórias ao Estado de Emergências, pois diz o adágio popular: "quem não deve não teme".

Ainda nessa mesma nota, assinada pelo Secretário Nacional do Bloco Democrático para Informação e Comunicação, alerta a sociedade angolana a ficar atenta às tentativas de regresso  às práticas antidemocráticas, intimidatórias e persecutórias, que visam inibir a intervenção pública dos actores não alinhados com o regime vigente e com influência no espaço social, tal é o nervosismo face ao fracasso das suas opções sócioeconomicas.

 “O Bloco Democrático remeterá nos próximos dias uma queixa crime às autoridades de direito, convista a exigir a responsabilização dos autores morais e materiais das agressões ao seu Secretário Provincial do Cuanza Sul, Professor António Correia, para que a culpa não morra solteira”, termina dizendo a nota.

Secretariado Nacional para Informação e Comunicação do Bloco Democrático, em Luanda, aos 05 de Maio de 2020.